quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Lágrima e o Infinito

As estrelas caem do céu
talvez cansadas de queimar a si próprias
ou por se sentirem sós entre tantas outras
de tão solitárias se soltam do lábaro
com suas caldas flamejantes
como se o universo chorasse
lágrimas inflamadas

Meus olhos também choram
cansados de ver
tantas pessoas queimando a si e aos outros
ou por se sentirem sós
em meio a constelações de homens

Gerações perdidas de estrelas decadentes
com seus sonhos, lutas, desespero e morte

A lágrima de tão carregada desprende da pálpebra
e cai lentamente
num rastro úmido de dor e redenção
minha fraqueza heróica
escorre gota após gota, não são poucas
e aguam o céu que vislumbro

Meu pequeno ser
no meu pequeno mundo
sente, vê
uma estrela se mover
rasgar o véu, cortar o céu

Choramos juntos
o universo e eu!

Faço um desejo impossível
quero ser infinito como esse deus
o que não sei
é que a anos-luz de distância
a estrela também deseja
quer cair na terra
e ser mortal como eu

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