segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Poema Inacabavel

...pernas em erupção de rosas flamejantes
beijos coagulando saliva melodiosa
gemidos adormecendo no coração das nuvens
seios como luzes irradiando na noite
aromas irreais no esconderijo da pérola...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Habitar

O pássaro vai e vai
até desaparecer nas nuvens.

Observo bem a geometria das casas
grandes blocos abrigando famílias
Porta adentro, um universo inteiro
Quarto fechado - refúgio de amor
Numa sala de lágrimas, três fotografias.

Além da soleira todas as ruas se encontram
permeando a cidade.
De cidade em cidade: países, e o mundo.

Mas há os que vagam
só corpo recebendo a chuva.

Onde é a casa das nuvens? Dos riachos
fendendo a terra? Dos relampeios de música?
Por aí, por aí - vem dizer meu peito!
E quem é dono dos lotes? Das alamedas?
Campinas? Todos são, todos são - diz
meu coração! Mas quanto lutam os homens
pra inscreverem seus nomes em minas
vales e montes, pra se espalhar sobre
as matas como se fossem gigantes, grandes
porcos obesos necessitados de espaço!
Enquanto os demais, os de paz e palavra
sonham em vão com quintais
com jardinzinhos, varandas e o arvoredo
tranquilo para amarrar um balanço!

Vem morar comigo, aqui nos meus braços?
Mas ela queria alicerces!

Aceito o frio e a fumaça dos ônibus
Meus versos fazem êco no horizonte
cansei de escrever nas paredes de sombra

As pombas é que tem direito a esse lugar
repousando na varanda das árvores
aqui e ali
onde ninguém é proibido.