Brinca comigo?
Hoje, como dois velhos amigos
Vem, segura minha mão
fecha os olhos e corre, confia em mim
Vasmo brincar de inventar segredos
fantasiar um pouco sobre os outros
Brinca comigo de poesia, de melodia
canta pra mim, canta no meu ouvido
dança comigo, valsa sem ritmo
até que o chão fique longe, ao infinito!
Aquela nuvem - Não lembra um elefante?
Um coração talvez... Ai que bom
se elas sumissem e a noite viesse calma,
quer contar estrelas?
Vai, brinca comigo, só uns instantes
vamos rolar na grama, na cama
Girar e girar e girar parados no mesmo lugar
Já faz tempo que não brinca comigo
crescemos de mais? Não há mais brinquedos?
Me abraça, me diz que não sou adulto
e vamos brincar de namorados
que hora a magia acaba
vamos brincar de apaixonados
antes das doze badaladas
sexta-feira, 27 de março de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
Reluzente
Pobres os esquecidos
perdem seu legado de felicidade
e onde antes havia
imagens de um passado
resta apenas nada e porosidade
Sob a pele mil veias
sob a carne o sangue quente
mais que um corpo efervescente
em verdade nos permeia
essa matéria incandescente
impalpável, invisível
criada por nossa alma
fazendo parte da gente
A memória é um história
que lemos de trás pra frente
Pense em cada segundo
como pedra colorida
solitária é só minério
uma rocha sem mistério
mas milhões dessas unidas
cada uma diferente
vão compor conjuntamente
o mosaico da sua vida
Quão triste o miserável
que tem poros na lembrança
e deixa no vão do tempo
suas pedras da infância
e perde no fio das horas
suas peças mais coloridas
Um homem na calçada
exaspera-se agachado
chora e grita, desolado
enquanto tenta emocionado
apanhar no chão de asfalto
um milhão de finos cacos
que um dia compuseram
seus vitrais estilhaçados
Fecho os olhos
e o escuro se parece
com a tela de um cinema
uma tela ladrilhada
de pedras muito brilhantes
todas elas diferentes
como prismas reluzentes
guardiões de uma cena
um ponto do meu passado
que pode ser revisado
e sentido novamente
uns me fazem contente
outros doem simplesmente
mas todos são meus e sei
que serão meus eternamente
não posso quebrá-los nunca
por mais sofridos que sejam
pois todos, nobres ou tristes
se encaixam perfeitamente
perdem seu legado de felicidade
e onde antes havia
imagens de um passado
resta apenas nada e porosidade
Sob a pele mil veias
sob a carne o sangue quente
mais que um corpo efervescente
em verdade nos permeia
essa matéria incandescente
impalpável, invisível
criada por nossa alma
fazendo parte da gente
A memória é um história
que lemos de trás pra frente
Pense em cada segundo
como pedra colorida
solitária é só minério
uma rocha sem mistério
mas milhões dessas unidas
cada uma diferente
vão compor conjuntamente
o mosaico da sua vida
Quão triste o miserável
que tem poros na lembrança
e deixa no vão do tempo
suas pedras da infância
e perde no fio das horas
suas peças mais coloridas
Um homem na calçada
exaspera-se agachado
chora e grita, desolado
enquanto tenta emocionado
apanhar no chão de asfalto
um milhão de finos cacos
que um dia compuseram
seus vitrais estilhaçados
Fecho os olhos
e o escuro se parece
com a tela de um cinema
uma tela ladrilhada
de pedras muito brilhantes
todas elas diferentes
como prismas reluzentes
guardiões de uma cena
um ponto do meu passado
que pode ser revisado
e sentido novamente
uns me fazem contente
outros doem simplesmente
mas todos são meus e sei
que serão meus eternamente
não posso quebrá-los nunca
por mais sofridos que sejam
pois todos, nobres ou tristes
se encaixam perfeitamente
Um primeiro quase soneto
Eu nunca escrevi um soneto
pra dar a ela, que tanto amo
mil palavras esparramo
sem compor um só quarteto
Ela leu os do Vinícius
e me disse ontem a tarde:
o soneto é tão difícil,
só com amor de verdade
Te escrevo um, lhe prometo
eu disse logo por vaidade
doce erro que cometo
com teor de ambiguidade
tomba pronto meu soneto
mas sem versos que a agradem
pra dar a ela, que tanto amo
mil palavras esparramo
sem compor um só quarteto
Ela leu os do Vinícius
e me disse ontem a tarde:
o soneto é tão difícil,
só com amor de verdade
Te escrevo um, lhe prometo
eu disse logo por vaidade
doce erro que cometo
com teor de ambiguidade
tomba pronto meu soneto
mas sem versos que a agradem
sábado, 21 de março de 2009
Desdobramento
Se não te insuflo desejo
por mais que se dispa e deite sem roupa
parece vestida, escondendo um segredo
De beijos em brasa te cubro
e cada toque inflamado de boca
vai retirando um pedaço do manto
Revelo teu corpo nos lábios
outro véu desvanece em fogo brando
e como a lua renasce ressurecta do eclipse
um seio surge fremente, aceso e nu feito a noite
por mais que se dispa e deite sem roupa
parece vestida, escondendo um segredo
De beijos em brasa te cubro
e cada toque inflamado de boca
vai retirando um pedaço do manto
Revelo teu corpo nos lábios
outro véu desvanece em fogo brando
e como a lua renasce ressurecta do eclipse
um seio surge fremente, aceso e nu feito a noite
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