quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Da Flor Proibida

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Violeta dúbia,
Quando te toquei, meus dedos modelaram
o teu seio, como fosse ele
a carne da terra
então meu peito galopou por terremotos
e roseiras, por riachos congelados
e abismos incontáveis...

Depois parti de ti
descendo escadas que davam
no porão do inferno
Vagando ruas amargas
no labirinto das casas
Comigo a solidão do velho pássaro
e a saudade da esposa no porto.

Minha Julieta - eu quis matar-te
e quis ser morto
Mas não podia, que se morria
não te beijava,
Se te matava também morria.

Tem seis punhais a estrela
que dorme nos seus olhos - Eu vi!
Do espinho da vinha
é feito teu vinho
Só te quero beber, inviolada
quando se deita
pros meus carinhos, quando me cede
tua boca rubra - e eu abro e beijo
tua violenta florzinha núbia.

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