sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Livro de Luz e Sombra


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Areia branca
poeira das estrelas
depositada sem pressa
em sete eras
do vento

Sombrio embalo marinho
Mansinho, mansinho, cavalo feroz! Se espalha...
Calminho, calminho, marreta de prata! Espuma...

Água nivelada em turvo espelho
Água exaltada em dunas doidas
E a dança segue sempre essa balada!

Moradas do dragão
vulcões lunares
pintando com lava
o castelo de Jorge

Renasce vermelha a cidade de mármore
espalhando roseiras na pele do mar...

Pétalas na areia! Conchas de brincar!

Nós acordamos pra noite
quando ela sonhava pássaros
E voava... Voava a noite pra longe
batendo as asas do tempo
numa espiral de palavras

Levanta primo! Isso é mágica!

Se verdes folhas suspensas
fluíam tal como as águas
Os olhos dele, negríssimos
eram a própria madrugada
E a cor das estrelas mentia
como mente a escama das carpas

Tudo se repetia
no homem, na rocha, nas nuvens
se um vento rugia nas árvores
o mar rugia em quebrantos
se os rios corriam pros mares
corria sangue em minhas veias
o que soubemos do instante
a relva também sabia

Silêncio! Mas ele sorria...
E eu quase, quase chorava!

Lá vem a marcha dos sinos
assobiando e cantando
Um prisma sai de trás dos morros
todos os corpos despertam
só dois mergulham na prata

Mas que loucura - eu falava
Sonhei que a noite sonhava

Disseste - Não diz mais nada...
Sonhei que a noite voava!

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