quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Meia Luz

O entardecer empalidece o mundo
e me chateia um bocado
quando desacompanhado
A luz morre diante dos meus olhos
se desfaz resvalando minha retina
e tudo fica cinza

Mais adiante vem outro
assoviando baixinho
sofrendo sozinho
pois assim que se sofre
Trocamos olhar complacente
de quem sabe o que outro sente
mas não descobriu a cura
pra todo esse sofrimento

Persiste o presentimento
de que alguma coisa falta...
Sol ardente, Lua alta
dedos trançados, mãos espalmadas
estrelas cadentes, gatos, miados
boca colada, frase encantanda
franja espalhada, minha namorada

Fica essa dor sem diluir-se em lágrimas!

Se meu corpo inflamasse
em labaredas brilhantes
o céu morno queimasse
uma noite ofuscante
faiscante explodiria
o descolorir constante
da meia-noite do dia
Mas esse instante não sonha...

O escuro eu sei que vem
a luz depois também
mas por hora me devora
essa sombra onipresente
roubando indiferente
as cores de ninguém

Nenhum comentário:

Postar um comentário