A chuva tomou de assalto o céu nublado
a nuvem tingiu de cinza o algodão
o raio rasgou elétrico o universo
meu verso traz barulho de trovão
No vão entre a terra e as estrelas
cai água que alimenta vida nova
e o vento não tardou em soprar forte
levando a tempestade como prova
Uma janela aberta desampara
protege aquele que fechar a tempo
só mais um segundo o céu desaba
e acaba o prefácio da tormenta
As gotas muitas que o barranco apara
são anúncio do início de uma guerra
a luta do barraco de madeira
que não quer ser engolido pela terra
As águas não podem ser culpadas
é março, tem que fechar o verão
mas sendo elas promessa de vida
não entendo o temor no coração
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