Tenho a impressão
de que os barracos
de madeira e papelão
vão pegar fogo
quando o sol vermelho vivo
se esconde atrás do morro
A favela então revela
sua estranha silhueta
no recorte de telhados e antenas
contornado por uma franja
de luz rosa e amarela e laranja
Como é colorida a coroa da tarde
estandarte do Sol poente
Como é bela a favela incandescente!
Mas o morro não está em chamas
o fogo não queima a favela
quando a noite chega, tudo se apaga
e uma sombra é lançada
em cada bar, cada viela
Então vem as estrelas
aparecendo aos montes
são as lâmpadas das casas
cometas raptados
que escapam da janela
pra acender o infinito
e ganhando a escuridão
vão pontilhar o horizonte
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